Uma Visão Abrangente dos Desafios Econômicos
Nos últimos dias, a Real Academia de Ciências da Suécia anunciou os novos laureados do Prêmio Nobel de 2025. A próxima segunda-feira trará o nome do vencedor ou dos vencedores do Nobel de Economia, gerando expectativa sobre as inovações e insights que emergirão.
As pesquisas dos laureados nos últimos anos oferecem um panorama abrangente sobre a dinâmica das economias contemporâneas, destacando suas vulnerabilidades. Nos últimos três anos, os vencedores abordaram questões cruciais, como a estabilidade do sistema bancário, as disparidades de gênero no mercado de trabalho e a importância das instituições para o progresso das nações. Essas investigações revelam como decisões políticas, sociais e individuais influenciam tanto o crescimento econômico quanto o bem-estar das populações.
A Influência das Instituições na Economia
O prêmio mais recente foi concedido a Daron Acemoglu e Simon Johnson, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), junto com James A. Robinson, da Universidade de Chicago. Eles foram reconhecidos por suas pesquisas sobre a formação de instituições e seu impacto na prosperidade das nações.
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Os economistas demonstraram que o sucesso econômico é intrinsicamente ligado à qualidade das instituições políticas e econômicas de um país. A pesquisa revelou que sistemas inclusivos, que promovem o estado de direito e a participação ampla da sociedade, são propulsores de um crescimento mais sustentável. Em contraste, instituições extrativistas, que concentram poder e recursos nas mãos de poucos, tendem a perpetuar a desigualdade e o retrocesso econômico.
Além disso, foi evidenciado que as disparidades entre países ricos e pobres têm raízes históricas. Durante o colonialismo, sociedades que visavam explorar recursos e populações locais acabaram presas a estruturas extrativistas e instituições frágeis. Em contrapartida, onde instituições mais inclusivas se formaram, a prosperidade se expandiu ao longo do tempo.
Jakob Svensson, presidente do comitê do Nobel, ressaltou a importância de reduzir as vastas diferenças de renda entre países, afirmando que esse desafio é um dos maiores do nosso tempo.
A Trajetória das Mulheres no Mercado de Trabalho
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Fonte: daquibahia.com.br
Em 2023, o prêmio foi atribuído à economista Claudia Goldin, da Universidade Harvard, em reconhecimento ao seu trabalho sobre as desigualdades entre gêneros no mercado de trabalho. Goldin fez uma análise histórica inédita da participação feminina e dos salários ao longo de mais de 200 anos, revelando como fatores econômicos, sociais e culturais moldaram a desigualdade de gênero.
Seu estudo indicou que a presença das mulheres na força de trabalho não foi linear; ao invés disso, acompanhou uma curva em formato de “U”. A participação feminina caiu com a transição do campo para a indústria no século XIX, mas voltou a crescer com o avanço do setor de serviços e da educação no século XX. Ela também destacou o impacto radical da pílula anticoncepcional, que permitiu que as mulheres planejassem suas carreiras e postergassem a maternidade. Entretanto, o hiato salarial continua a persistir — especialmente após o primeiro filho, quando as desigualdades se intensificam dentro das mesmas ocupações.
“Graças à pesquisa inovadora de Goldin, adquirimos um entendimento mais profundo sobre as barreiras que ainda precisam ser superadas”, declarou Svensson em sua apresentação.
O Papel dos Bancos e as Lições da Grande Depressão
O Nobel de 2022 foi concedido a Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve, além de Douglas Diamond e Philip Dybvig, em reconhecimento às suas pesquisas sobre a função dos bancos na economia, especialmente em tempos de crises financeiras. A academia sueca destacou que os estudos do trio foram fundamentais para compreender como evitar que os bancos se tornem vulneráveis e como o colapso de instituições financeiras pode agravar crises econômicas.
Diamond e Dybvig criaram uma teoria explicando a existência dos bancos: ao juntar depósitos de vários poupadores, eles garantem liquidez imediata e, ao mesmo tempo, concedem empréstimos de longo prazo. No entanto, essa estrutura é suscetível a corridas bancárias, quando rumores de insolvência levam os clientes a retirar seus depósitos em massa. A solução proposta pelos autores inclui mecanismos de proteção, como o seguro de depósitos e o papel do banco central como provedor de liquidez em situações críticas.
Por outro lado, Bernanke analisou a Grande Depressão dos anos 1930, demonstrando como a falência de bancos intensificou a crise. Com a queda do sistema financeiro, informações sobre crédito e investimentos se perderam, dificultando a recuperação econômica.
O comitê do Nobel observou que “as contribuições dos laureados aprimoraram a capacidade da sociedade de prevenir crises e resgates dispendiosos”, o que ressalta a relevância contínua de suas pesquisas no contexto atual.