A Ascensão do Uruguaio no Mundo do Tráfico
Sebastián Marset, um uruguaio ligado ao tráfico internacional de drogas, foi recentemente identificado em um vídeo ao lado de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Ele figura na lista vermelha da Interpol e é alvo de uma recompensa de até US$ 2 milhões, oferecida pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Considerado um dos mais procurados do mundo, Marset é o líder de um cartel acusado de enviar mais de 16 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa, utilizando conexões com a máfia italiana ‘Ndrangheta.
Traficante com Ambições no Futebol
A trajetória de Marset é marcada por um entrelaçamento de crimes como tráfico de drogas, assassinatos e lavagem de dinheiro, mas também por uma curiosa obsessão pelo futebol. Reportagens do jornal norte-americano The Washington Post revelam que ele usou clubes de futebol como fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro provenientes do tráfico. Um caso emblemático é o do Deportivo Capiatá, no Paraguai, onde Marset pagou US$ 10 mil apenas para usar a camisa 10. Apesar de suas habilidades limitadas, ele mantinha-se em campo devido à pressão que exercia sobre os técnicos.
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Segundo as investigações, Marset teve a intenção de adquirir ou patrocinar clubes em diversos países, incluindo Bolívia, Paraguai, Uruguai e até na Grécia, sempre com o objetivo de lavar o dinheiro gerado pelo tráfico de cocaína.
Investigações em Três Continentes
A expansão do império narcotraficante de Marset chamou a atenção de autoridades em três continentes. Uma operação internacional, realizada entre 2021 e 2022, revelou a complexa estrutura logística do cartel. Este utilizava aeroportos clandestinos, aviões particulares e navios cargueiros para transportar cocaína da Bolívia a portos, como o de Montevidéu, no Uruguai, antes de seguir para a Europa. Documentos da Administração de Repressão às Drogas dos EUA mostram que Marset utilizava identidades falsas e contava com proteção de autoridades locais.
Uma das maiores apreensões atribuídas ao seu grupo foi de 11 toneladas de cocaína, encontrada em um porto na Bélgica. A conexão de Marset com o PCC se formou durante sua prisão na Penitenciária Libertad, no Uruguai, de 2013 a 2018, onde conheceu membros da facção. Após sua libertação, ele passou a atuar como elo logístico entre Bolívia, Brasil, Paraguai e Europa.
Ameaças e Fugas
Recentemente, Marset provocou alvoroço ao declarar “Estamos prontos para a guerra” em uma gravação divulgada, referindo-se a seus adversários e forças de segurança. Ele afirmou: “Hoje posso estar aqui, amanhã no Paraguai, outro dia na Colômbia. Onde for, estamos preparados.” A vida dele, marcada por um estilo de vida fugitivo, teve um capítulo significativo em 2021 quando foi preso em Dubai com um passaporte paraguaio falso, mas conseguiu escapar da extradição.
Surpreendentemente, o governo do Uruguai emitiu um novo passaporte para ele mesmo após alertas diplomáticos, o que gerou uma crise política no país e resultou em renúncias em ministérios. Após sua soltura, uma onda de assassinatos começou a ser atribuída a ele, incluindo o caso do promotor paraguaio Marcelo Pecci, que foi morto na Colômbia durante sua lua de mel. O governo colombiano relacionou a ordem do crime a Marset, que nega qualquer envolvimento.
Acusações e Recompensas
Atualmente, Marset permanece foragido. Em março deste ano, o Departamento de Justiça dos EUA formalizou uma acusação contra ele por lavagem de dinheiro através de instituições bancárias norte-americanas. Com isso, o governo dos EUA aumentou a recompensa para US$ 2 milhões por informações que conduzam à sua captura ou condenação. A luta das autoridades contra o narcotráfico, especialmente com figuras como Marset, evidencia os desafios que ainda persistem na região.