Ministro do Turismo em Conflito com o União Brasil
O ministro do Turismo, Celso Sabino, se encontra em uma situação delicada após a cúpula do União Brasil decidir abrir um processo de expulsão contra ele. A acusação principal é de que Sabino desrespeitou orientações do partido ao não cumprir um prazo estipulado para a entrega de seus cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Este descumprimento é considerado infidelidade partidária e, segundo as regras internas do União Brasil, pode resultar em expulsão.
A crise se intensificou quando, em desacordo com as diretrizes do partido, Sabino permaneceu à frente do Ministério do Turismo, mesmo após a data limite de 19 de setembro. A direção do União Brasil havia deixado claro que todos os filiados deveriam se afastar da gestão de Lula. O ministro, apesar das pressões, tentou encontrar alternativas que o permitissem continuar no cargo, mas sem sucesso.
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Na semana passada, Sabino chegou a comunicar que havia pedido demissão, indicando que estava pronto para acatar a ordem do partido. No entanto, ele também sinalizou que ficaria mais alguns dias no ministério para acompanhar o presidente Lula em compromissos relacionados à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém, no Pará.
Apesar de ter cumprido a agenda com Lula no estado, o ministro ainda permanece à frente do cargo, o que gerou descontentamento entre os membros do União Brasil. Na segunda-feira (29), uma denúncia sobre sua conduta foi formalmente apresentada à direção do partido, culminando na instauração de um processo disciplinar no dia seguinte. O deputado Fabio Schiochet (União-SC), presidente do Conselho de Ética da Câmara, será o responsável pelo caso, e Sabino terá a oportunidade de se defender até a próxima segunda-feira (6).
Conforme as normas do União Brasil, após a defesa de Celso Sabino, Schiochet deverá elaborar um parecer que recomendará a expulsão ou absolvição do ministro. A expectativa é que o relatório sugira a expulsão, embora a decisão final deva ser aprovada pela direção nacional do partido, com a necessidade de um voto favorável de três quintos de seus membros.
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Vale lembrar que Sabino já enfrentou uma situação semelhante em 2020, quando era filiado ao PSDB. Na ocasião, o partido também abriu um processo de expulsão, mas ele conseguiu se desfiliar com a autorização da Justiça após um ano.
Eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022, Celso Sabino se afastou do mandato para assumir o ministério, contando com o apoio da bancada do partido na Câmara. Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma eventual expulsão não resultará na perda de seu mandato, permitindo que, caso expulso, Sabino possa se filiar a outra sigla.
Sabino Mostra Resistência
Apesar de já ter protocolado seu pedido de demissão, o ministro do Turismo demonstra resistência em deixar o cargo. Em um evento recente com Lula, Celso Sabino reafirmou seu compromisso, dizendo que “nada” o afastaria do petista. “Nada, nem partido político, nem um cargo, nem ambição pessoal, vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará. Presidente, conte comigo onde quer que eu esteja”, declarou.
Aliados de Sabino destacam que, apesar das circunstâncias e do comunicado de demissão, ele ainda nutre o desejo de permanecer no ministério. O cenário é instável, e a expectativa é que o ministro se pronuncie novamente na próxima semana. Parlamentares próximos a ele especulam que a manutenção no cargo pode ser uma estratégia para se projetar em uma possível candidatura ao Senado em 2026.